segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

nº 28 - DICAS IDÉIAS & SERVIÇOS

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DIS = DICAS IDÉIAS & SERVIÇOS
 dia: 17/01/11: segunda – sp
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IDEIAS & SERVIÇOS:
cinema/ livro/ música/ lugares
atos & fatos/ “baratos & quetais”
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 "Eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro."
Comentando ontem, nas minhas ”DIS” do meu BLOG, o livro sobre Vinicius, nos seus tempos de embaixador no Uruguay e reproduzindo definição poética dele sobre Bossa nova, referi-me a
“saudosas lembranças do período, décs 60-70, circunscritas, em especial, à Ipanema e Copacabana do Rio de Janeiro”, e acrescentei: “tempos dos iniciantes “Complexos do tráfego”!  
Esta é uma questão que sempre me “encucou” quando a barra pesada no Rio tornou-se um pesadelo local e de seus turistas. Sempre me lembrava do tempo em que artistas, jornalistas, intelectuais, estudantes, antenados e hippies, utilizavam aberta e orgulhosamente a ervinha de seus “bons momentos”, inspiradora de suas Criações, de seus astrais, enfim, de seu “grande barato”, segundo eles diziam.
Sempre ficava uma dúvida:
qual era a responsabilidade
“desses tempos, dessas pessoas”?
No final do ano passado recebi um e-mail divulgando
o texto do editor chefe do Jornal de Brasília,
Sylvio Guedes.
Não resisti em repassar aqui.
-----------transcrevendo ad litteram-------------
É irônico que a classe artística e a categoria dos jornalistas estejam agora na, por assim dizer, vanguarda da atual campanha contra a violência enfrentada pelo Rio de Janeiro. Essa postura é produto do absoluto cinismo de muitas das pessoas e instituições que vemos participando de atos, fazendo declarações e defendendo o fim do poder  paralelo dos chefões do tráfico de drogas.

 Quando a cocaína começou a se infiltrar de fato no Rio de Janeiro,
pelo fim da década de 70, entrou pela porta da frente.
Pela classe média, pelas festinhas de embalo da Zona Sul,
pelas danceterias, pelos barzinhos de Ipanema e Leblon.
Invadiu e se instalou nas redações de jornais e nas emissoras de TV,
sob o silêncio comprometedor de suas
 chefias e diretorias.

 Quanto mais glamuroso o ambiente,
quanto mais supostamente
 intelectualizado o grupo,
mais você podia encontrar gente cheirando carreiras e carreiras do pó branco.
Em uma espúria relação de cumplicidade, imprensa e classe artística
(que tanto se orgulham deserem, ambas, formadoras de opinião)
de fato contribuíram enormemente para que o consumo das drogas,
em especial da cocaína, se disseminasse no seio da sociedade carioca –
e brasileira, por extensão.
Achavam o máximo; era, como se costumava dizer, um barato.

 Festa sem cocaína era festa careta.
As pessoas curtiam a comodidade proporcionada pelos fornecedores:
entregavam a droga em casa,
sem a necessidade de inconvenientes viagens ao decaído mundo dos morros,
vizinhos aos edifícios ricos do asfalto.

 Nem é preciso detalhar como essa simples relação econômica de mercado terminou. Onde há demanda, deve haver a necessária oferta. E assim,  com tanta gente endinheirada disposta a cheirar ou injetar sua dose diária de cocaína, os pés-de-chinelo das favelas viraram barões das drogas.

 Há farta literatura mostrando como as conexões dos meliantes rastacuera,
que só fumavam um baseado aqui e acolá, se tornaram senhores de um império, tomaram de assalto a mais linda cidade do país e agora cortam cabeças de quem ousa lhes cruzar o caminho e as exibem em bandejas, certos da impunidade.

 Qualquer mentecapto sabe que não pode persistir um sistema jurídico em que é proibida e reprimida a produção e venda da droga, porém seu consumo é, digamos assim, tolerado.
São doentes os que consomem. Não sabem o que fazem.
Não têm controle sobre seus atos.
Destroem famílias, arrasam lares, destroçam futuros.

 Que a mídia, os artistas e os intelectuais
que tanto se drogaram nas três últimas décadas
venham a público assumir:
 "Eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro."
---------------------(transcrição ad litteram)--------------------
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 ‘DIS’= DICAS Idéias & Serviços 
anteriores, logo abaixo:
<use seu cursor>
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Amanhã, MAIS DICAS
Espero suas visitas por aqui.
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