quinta-feira, 4 de abril de 2013

536- DICAS, IDEIAS & SERVIÇOS {DIS} - Lazer e Cultura - são paulo

Quinta/ 04 de abril/ 2013

Newsletter Março 2013    Ana González   

www.agonzalez.com.br

QUAL É O LADO BOM DA VIDA?

Êsse texto de ANA GONZÁLEZ trouxe comentários no face, e os reproduzi no final dessa edição em 'COMENTÁRIOS'. Acesse(m) ABAIXO e leia(m).
Qual é o lado bom da vida? Essa pergunta saiu do cinema comigo. Seria a cura da doença, a descoberta do amor ou o abraço apertado do amigo?  Qual é o lado bom da vida para você? O filme com certeza não facilita a resposta, mostrando uma série de questões misturadas a um casal improvável com semelhantes problemáticas emocionais.
          
 
ESTRATÉGIA PARA VIVER


Pat Solitano Jr. (Bradley Cooper) tendo perdido o emprego e o casamento, depois de passar oito meses em um hospital psiquiátrico, tenta refazer sua vida. Cheio de boas intenções e com o aval da mãe, ele recomeça sua andança pelo mundo.  Qual é o lado bom da vida que o título do filme promete?
Logo na primeira cena, o depoimento de Pat Solitano sela um pacto com o espectador. Ao final do filme, temos uma cena de domingo feliz em família. Seria esse o lado bom da vida? O que teria mudado nesse intervalo?
Aos poucos sabemos que Pat deixou a negatividade e carrega dentro de si um lema (Excelsior). Tendo conseguido emagrecer, exercita-se à exaustão, lê livros e toma com relutância a medicação necessária. “Não sou mais reclamão”, diz. Sic! Essa é a bagagem que a personagem reúne para reconstruir sua vida. Mas, refazer a vida implica em mais do que coletar estratégias.  Há complexidades abismais entre as nossas intenções e a realidade vivida. E especialmente no caso dele com um quadro emocional delicado.
Conhecer Tiffany (Jennifer Lawrence) o ajuda em sua tarefa, oferecendo-lhe oportunidade e ao mesmo tempo resistência e confrontação.  Relacionamentos são a grande arma para nossa mudança, diz o filme. E pouco a pouco a narração da história nos dá a solução do conflito que chega a um happy-end. Embora improvável, ele pode nos aliviar. Deve haver uma razão para ele, tudo aqui é intencional. 

Importante é ultrapassar os primeiros trinta minutos do filme, em que uma carreira de situações desagradáveis e até violentas assusta ao nos colocar perante todos os aspectos da história. Duas personagens centrais com patologias sérias, os vínculos familiares difíceis, relacionamentos por 
um fio. Além disso, ainda temos ao longo do filme, o jogo de futebol como espaço para ligação social, mas também para a expressão conflituosa de diferenças étnicas, a terapia como espaço de elaboração possível, o corpo na dança e no exercício físico.
O debate sobre a bipolaridade foi levantado com este filme. Suas características e a importância do contexto familiar estão lá, explícitas. Mas interessam-me como o diretor encaminhou a narrativa, suas estratégias como contador de histórias. Chega, então, Tiffany, uma esquisita surpresa.  Ambos sabem que são diferentes dos outros, pois carregam diagnósticos.  Eles vivem em desvãos com desafios, ao mesmo tempo perigosos e estimuladores de novas percepções da vida. Sabem o que é agressividade  e impulsividade,  questionam valores e crenças. Conhecem dilemas e níveis de intensidade muito particulares.  
Com ela, Pat estabelece uma barganha em que se impõem limite e disciplina. Essa personagem tem uma função saturnina quando propõe a Pat um compromisso com a realidade.  A partir de uma estranha parceria na medicação e no sofrimento emocional, esse encontro propicia que ele amplie a percepção de si mesmo. E assim, estabelece o compromisso,  encarando fraquezas e mentiras sobre si mesmo.
Esse confronto com a realidade é presente de Saturno, mestre da verdade. Tiffany incorpora essa tarefa. Como se dissesse para ele um discurso assim: “Dói, mas se você me suportar eu lhe dou o que for justo. Sustente a tarefa e você terá o que quer ”. Assim, ele sai da imaginação fantasiosa cheia de finais felizes em que acreditava.  Porque “há dureza na vida e o mundo vai partir o coração de várias maneiras”.
Mas, ao passar por um intenso processo de experiência, o outro (Tiffany) mostra quem ele é. Como em uma corda bamba, Pat aprende a se equilibrar para conseguir o que quer. Ele vai descobrindo a si e ao outro. Chega à conquista de certa estabilidade emocional: algo foi construído dentro dele.
Então, qual é o lado bom da vida? O domingo em família? O encontro com o amor? A parceria com os amigos? A luta pela manutenção da sanidade?
O happy end abre uma janela de fantasia, de conto de fadas, romântico. Embora pouco provável, ele é o raio de esperança.  É o sinal que a vida dá de que vale a pena o trabalho de procurar uma estratégia para viver bem. Interpretá-lo é de bom alvitre. Uma derrapada do diretor do filme dentro da poesia. Não perca o filme. Excelsior!
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PS1: Experiências de leitura podem voltar em outros tempos, formando uma verdadeira rede de personagens e cenários, memórias e afetos. Na crônica indicada no link a seguir, há a descrição de uma delas da época da adolescência. http://www.cronicadodia.com.br/2013/03/experiencia-de-leitura-ana-gonzalez.html           
PS 3 : Mauro Hegenberg abriu uma discussão interessante no facebook. Se puder, procure.   
          
 PS 4: (ufa!) Sobre o livro que deu lugar ao filme:
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2 comentários:

  1. REPRODUZINDO OS COMENTÁRIOS FEITOS NO 'FACEBOOK':
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    Você, Anci Budai, Heloisa Netto de Castro, Regina Celia Vargas e outras 10 (DEZ) pessoas curtiram isso.
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    Gô G Luiz Tudo isso e mais um pouco.....rsrsrsrsrs

    Germana de Lamare Gostei muito mais de seus comentários do que do filme. Você reflete com muita clareza o milk shake da história, deixou de lado os personagens secundários que são fracos e ruins.Parabéns pelo blog, muito bom. abs

    Virginia Divina Veiga Depois q li em seu blog...,vou assistir!

    Maria Elizabeth T. P. Domingues Adorei seus comentários, O Lado bom da vida? Que mesmo que perca o trabalho, com turbulências, doenças, problemas financeiros, os conflitos do nosso cotidiano, com família, amor, desamor, por tudo que passa em nossa volta, o lado ruim e o lado bom, tudo serve de experiência e aprendizado. O lado bom da vida, é saber viver e amar as pequeninas coisas, os pequenos gestos, estar em familía e amigos, Amar e nunca perder a fé, em Deus, e procurar estar sempre de bem com a vida. Bjos, Wilson Seramigo, Boa Noite, Adorei.......

    Wilson Seramigo: Estava respondendo a todas vcs e seus comentários aí "deu um apaguinho"no meu computer e chegou hora dos sonhos junto do travesseiro. Outra hora, volto escrevendo 'sobre'. Grato a todas.

    Maria Elizabeth T. P. Domingues Bons sonhos, Wilson Seramigo, que pena?? Ficou tão pouco, Bjos!!!!!!

    Wilson Seramigo: Agradecendo as 'Meninas' que me visitaram c/ seus 'comment' (acima) e dizendo que meu único mérito - se o houve - foi de transcrever no meu blog - diagramando um 'tantinho' , pois o texto de Ana González, Psicóloga tem o mérito de provocar reações, algumas expressas aqui. Estou até transcrevendo-as no espaço de 'comentário' do blog.

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  2. No final do texto (newsletter) de Ana González, ela sempre 'postscripta' , adendos complementares e uma CRÔNICA. Atente(m) pra isso. É enriquecedor.

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