terça-feira, 7 de maio de 2013

566- DICAS, IDEIAS & SERVIÇOS {DIS} - Lazer e Cultura - são paulo

terça/ 7 de maio/ 2013
de NEWTON MELLO

Caros amigos, (28/4/2013)
O Brasil, anos atrás, por volta dos anos 1990, já foi o quinto produtor mundial de máquinas-ferramenta para trabalhar metais, também chamadas máquinas operatrizes. Em 2012 o Brasil ocupou a 17ª posição. O que teria acontecido? Fácil diagnosticar. Graças à supervalorização da nossa moeda, o R$, puxada pelas maxi-exportações de soja e de minério de ferro, concomitantemente com a muitas vezes almejada quase autonomia total em petróleo, simplesmente ocorreu a desindustrialização do Brasil. Qualquer coisa produzida no exterior, não só na China, como também em países do chamado "primeiro mundo", inclusive Alemanha e Japão, tem um custo de fabricação menor do que no Brasil. É aquilo que alguns economistas designam por "Síndrome Holandesa". Como não vale mais a pena produzir alguma coisa manufaturada no Brasil, não há necessidade também de máquinas industriais a exemplo das máquinas-ferramenta e, portanto, nossa produção despencou da 5ª posição para a atual 17ª posição. Em 2012 a maior produção dessa máquinas foi a da China, seguida pela ordem por Japão, Alemanha, Coréia do Sul, Itália, Taiwan (Formosa), Estados Unidos, Suíça, Espanha, Áustria, França, Republica Tcheca, Índia, Canadá, Reino Unido, Turquia, Brasil, Holanda, Bélgica e Rússia. A continuar essa tendência o Brasil deverá sair do "ranking" dos 20 primeiros países produtores desse gênero de máquinas já em 2013. Enquanto a China produziu 27,54 bilhões de dólares de máquinas-ferramenta em 2012, o Brasil produziu tão somente 643 milhões de dólares. O próprio Brasil teve uma queda de 28% na sua produção em 2012 em relação a 2011. Seria imperioso, para salvar a indústria nacional em geral, uma maior desvalorização do R$. Não é só a indústria de máquinas no Brasil que está sofrendo um contínuo declínio. Toda a indústria de transformação no Brasil está sofrendo, pois é muito mais compensador importar o produto final do que produzi-lo localmente.
Abraços a todos,
Newton
PS:
Notas:
1) As máquinas-ferramenta são também chamadas de máquinas de fazer máquinas. Vejam, por exemplo, como essas máquinas são designadas em outros idiomas: máquinas-herramienta em espanhol, machine-tools em inglês, machines-outil em francês, werkzeugmaschinen em alemão e macchine-utensili em italiano.

2) Os dados citados são do Gardner Group dos EUA.
3) Nem todos os economistas concordam com a premissa de quanto maior a desvalorização do R$ maior será a inflação.
4) O Brasil continua sendo um grande produtor de automóveis e veículos automotrizes, porém, só nominalmente, pois as autopeças já são na sua maioria importadas. O próprio Sindipeças e a Anfavea já reconhecem que mais de 50% das peças dos veículos já são importadas. A montagem final dos veículos persiste brasileira só em decorrência de volumosos incentivos fiscais.
5) Alguns economistas, particularmente os neoliberais, continua acreditando que se a indústria de transformação não é mais viável, tudo bem, pois os empregos das indústrias deverão migrar para o setor de serviços. Será?
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Cecilia Rangel
"NÃO ATIREM! SOMOS TODOS BRASILEIROS!"
Frase da atriz Vanja Orico ao enfrentar a repressão no Rio de Janeiro. 
Em seguida, é presa por impedir a passagem do tanque contra a manifestação dos estudantes cariocas. - novembro de 1968
(fotos extraídas da Linha do Tempo de Aurélio Michiles)






Anna Magnani
"Siamo donne"

Luchino Visconti/ 1952 

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