quarta-feira, 26 de setembro de 2012

379 - DICAS, IDEIAS & SERVIÇOS {DIS} - Lazer e Cultura - são paulo

quarta/26 de setembro - 2012 

"SE VOCÊ FOSSE EU", LERIA ESSE TEXTO
DE ANA GONZÁLEZ COMO ROTEIRO 
PARA MELHOR APROVEITAR SUA VISITA À BIENAL E SUAS OBRAS.


----- Original Message -----
Sent: Sunday, September 23, 2012 11:02 PM
Subject: IMPRESSIONISTAS OU BIENAL NO IBIRAPUERA? 

IMPRESSIONISMO OU BIENAL NO IBIRAPUERA?
Muitas pessoas não terão dúvida: O impressionismo! As argumentações possíveis a essa opinião não me calam. Minha resposta é: as duas. Leia os motivos e discorde deles, por favor.


A ARTE E A VIDA
        Hilda de Almeida Carotta, 45 anos de Ipiaú (BA), vendedora,  afirmou em entrevista que  não entendia nem achava graça em nada da Bienal. Bem, ela pode ter motivos para essa opinião. Se não tivermos alguma informação anterior poderemos ter surpresas na Bienal. Com fotografia, cinema, instalações e performances ela representa o nosso mundo atual o que justifica a visita. 

         As expressões artísticas expressam o contexto de sua época em vários aspectos. Daí que a Bienal também apresente as dificuldades que compõem a atualidade e ainda conte com uma indefinição, pela falta de uma perspectiva que somente o distanciamento histórico poderia oferecer. Sobre a arte contemporânea encontramos opiniões variadas e muitas polêmicas.

        Para nós, o público leigo, tais polêmicas devem ficar á parte. Apesar delas,  vale a pena visitar a Bienal de SP. Não se preocupe se você não conseguir entender os conceitos a partir dos quais foram escolhidas as quase três mil obras pelo curador da mostra o venezuelano Luis Péres – Oramas: sobrevivências, metamorfoses e derivação ideias.  Assim também não se preocupe  (mas perceba) o belo título da mostra: A iminência das poéticas

       Que sua visita à exposição seja um diálogo com a arte contemporânea, o objetivo da Bienal. Abra-se para suas obras sabendo que essa é a expressão artística possível ao nosso tempo, cujos paradoxos e problemas estão nela representados.  Lá, você poderá encontrar ecos de suas perplexidades perante o mundo.

        A fotografia tem resgatado seu valor de documento (August Sander mostra a cara da Alemanha por cinco décadas; Hans Eijkelboom, o retrato exaustivo das pessoas em série, em uma mesmice um tanto cômica – se não for trágica - de nossa condição humana em seu Photo Notes). Mas veja também o trabalho delicado de Fernand Deligny a partir da observação de crianças autistas e a poeticidade de Elaine Reichek (ilustr. á dir) misturando imagens do mito de Ariadne e outras históricas com palavras de Jorge Luis Borges. Espante-se com a instalação de Eduardo Gil (ilustr. á esq.) e sua história breve do fim da guerra. Não, as guerras não acabaram e a imagem dessa construção coberta por repetidas páginas de  jornais também não terá data para acabar dentro de mim.

          Ou então acompanhe a degradação ou a dissecação de uma rosa na conversa de Roberto Obregon com o tempo. Deixe-se ir pelo espaço arquitetônico do prédio e observe suas suaves ondulações. Perca-se nelas. E também no cenário impressionante de cores e objetos do brasileiro Arthur Bispo do Rosário (1909-1989) em toda a sua dura e louca fertilidade. 

        Há também salas estranhas e mais exóticas. Exerça a liberdade de escolher. Essa é a marca da Bienal de artes. Não há regras. Explore e critique. Passe ao largo ou mergulhe. Como d. Hilda, confesse o desconforto. Ou de forma diferente, alimente-se de arte, como o sr. Wilson Pereira Santos, 55 anos, auxiliar de manutenção, que visitou pela primeira vez o evento e disse que queria ficar nela o dia inteiro: “Percebi que precisamos conhecer muitas outras coisas.”. Concordo, Wilson. Há muita coisa a conhecer.

          Mas e o impressionismo? Lá encontramos o mundo francês do final do século XIX. Paris, transformada pela modernidade, com seus espaços de vida: avenidas, magazines, iluminação a gás e elétrica, jardins, mercados, cafés, teatros. Aí encontraremos o mundo do artifício, o espetáculo, que já naquela época tinha seus apelos aos artistas que para lá se encaminhavam. Também o mundo industrial e a estação Saint Lazare com seus vigamentos aéreos e a fumaça das locomotivas. O rio Sena, a elegância da família burguesa, a plebe e as prostitutas. E também a natureza fora da cidade. Mas, principalmente, temos a luz da pintura dessa época de que dizia Monet: “Quero o inapreensível. É espantosa essa luz que escapa, levando a cor consigo”. & nbsp;

         A opção está aberta. Diferentes, cada uma dessas exposições é um mundo especial. A similaridade entre as duas é ser o retrato de seu contexto histórico. Há uma análise astrológica possível a respeito desse aspecto que, infelizmente, não cabe neste texto. Outra semelhança importante é que despertam a função da arte em nossas vidas. Como falou Daniel Piza, jornalista e escritor (1970-2011), a arte pode ser uma forma de intensificar a vida, de multiplicar nossas opções. Usufrua.

PS1: A Bienal de Arte de SP, que tem obras em vários outros locais pela cidade, permanece aberta ao público até  9/dezembro de 2012. http://www.bienal.org.br/30bienal/pt/Paginas/default.aspx
O impressionismo: Paris e a modernidade está no CCBB-SP até 7 de outubro/2012. Corra! 
http://www.bb.com.br/portalbb/page511,128,10164,1,0,1,1.bb?codigoEvento=4840

Ana González:  www.agonzalez.com.br
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volto logo mais com +dicas; 
espero você!
comentários: (1)aqui, no (2)face  ou(3)e-mail:seramigo@servideias.com.br

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