segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Filme O PROFETA (depois)

Filme O PROFETA (comentário postado em http://www.eleonorarosset.blogspot.com/)

CRUEL, é marca que todo filme de prisão traz, desde os idos de Alcatraz e Papillon. É um sinete de fogo na “carne carcerária”.
Diferentemente de temas similares em que a gente “até torce pelo sucesso do vingador”, nesse filme, não temos essa chance.
Mesmo Eleonora nos avisando de que ”...É um filme duro, difícil de ver mas obrigatório...” acho que a gente não se prepara o suficiente. É cruel e direto, tanto que a sugestão de um possível happy hand – e até certo ponto o é – fica comprometido até que a próxima execução ou até o próximo massacre, nunca último, aconteça, e vai suceder, mesmo mantendo “a família fóra dos negócios”, como sugere a imagem e a música “Mack the Knife”, muito bem lembrada por ela.
Sempre (ou quase!) “...pode-se sair daqui melhor do que quando se entrou...”, antevê O Profeta. De qualquer situação. P/ o BEM ou p/ o MAL. Principalmente se se assume, ou se ouve o lado “solitário”, ou seja, cd 1 sozinho, como ponto de partida. Mesmo obedecendo ordens, Malik se reconhece sempre trabalhando pra si. Tudo o que se precisa é, no mínimo, contar consigo mesmo. A partir daí, as demais articulações. Infelizmente, tudo o que aprendeu pra sobreviver é sair, não pra liberdade dos livros ou de uma profissão, mas sim, pra CASSAR recursos (gente e coisas) que garantam seu espaço de “Vida.” C/ isso,- onde se esconde a sua alma?- endurecendo-a, apenas levemente suavizada na relação c/ seu Amigo, tbém ele PREDADOR. O tumor, talvez, significando essa outra “contaminação”.
Fiquei pensando se O Profeta não é o lado Atento, Centrado, Reflexivo e sobretudo INTUITIVO de cd um de nós. Utilizando até mesmo “...o medo.. como....o melhor aliado da sobrevivência” (sic).
Ajudando a gente respirar um pouco, - porque o filme não dá trégua, - Audiard nos agracia c/ o canto de pássaros no silêncio escuro da 1ª manhã de condicional de Malik, e c/ o mar, a família do amigo, em especial, o bebê no meio disso tudo. Afinal, um núcleo familiar que Malik não teve; uma raiz, tão frágil e tão ameaçada.
O filme de Audiard vale as interpretações todas, (Tahar Rahim “subindo” seu personagem), vale os prêmios e sobretudo sua “coragem” em assisti-lo. Pode até “odiá-lo” (desculpem!), mas é um aprendizado e tanto sobre esse Homo Predator, capaz de se emocionar, diante do castigo infringido ao “...patrão perverso...”, quem sabe o pai, o ”protetor” inexistente.
(Sempre) há uma Esperança, tênue que seja.
Homo Predator: na 1ª cena da estrada, antes dos alces, 2 rápidas imagens em “PP”, mostram o olho e a boca de Malik, parecendo um lobisomen. (Conferem?).
Obrigado, Eleonora, a vc e aos seus/suas seguidoras(es) por esse espaço - pois foi lá que tudo começou - para, como vc disse, “pensar as questões humanas em boa companhia.“
{wilson/seramigo & servideias: 16/7/10}

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