sábado, 8 de março de 2014

764 - DICAS, IDEIAS & SERVIÇOS (DIS) - Lazer e Cultura - São Paulo

sexta/ 07 de março 2014 
sábado/ 08 março 2014
domingo/ 09 de março 2014
NEWSLETTER  - ANA GONZÁLEZ    
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DAVID BOWIE:
EXCÊNTRICO OU GENIAL?
     


david_bowie_6_fev14.png          Ele é excêntrico ou genial? A exposição do Museu da Imagem e do Som (MIS) em São Paulo poderá lhe dar recursos para a resposta. Embora a primeira sensação que possamos ter seja de excesso de glitter, na carreira de Bowie houve mais do que isso, especialmente nos últimos 

trabalhos. Atrás dessa longa carreira em que ocorreu muita experimentação, há uma pessoa normal, como qualquer de nós. Talvez mais especial do que nós. É a junção entre sua carreira profissional e o que ele viveu que nos interessa. A possível relação entre aspectos da biografia e obra que ele desenvolveu. Descubra a pessoa que ele é


                         POP STAR DE VOCAÇÃO MÚLTIPLA
           Nascido no dia oito de janeiro de 1947, em Londres, ele não teve muitos privilégios sociais ou econômicos. De família simples, aos oito anos foi enviado para a casa de um tio no campo e aos onze escolheu fazer arte em escola para adolescentes de acordo com o sistema escolar inglês. Passou pela pintura e pela música. 

          Em 1959, aos doze anos, já fazia uma apresentação junto a um colega com um baixo de fabricação caseira e uma guitarra. Não demorou para que a primeira banda aparecesse. Depois dela vieram muitas outras. Com catorze anos deixou a escola e iniciou uma vida de constantes mudanças.

            Ele não foi simplesmente um músico. Foi um artista de múltiplos talentos. Desenvolveu uma discografia imensa; fez e participou de filmes e vídeos. Aprendeu mímica com Lindsay Kemp em 1967 de cuja companhia participou fazendo Pierrot in Turquoise. No teatro fez o papel principal de O Homem Elefante (1980), produção teatral da Broadway em que recebeu elogios por uma atuação expressiva. 


            Seu irmão mais velho que era esquizofrênico lhe emprestara livros e discos, tendo assim semeado ideias e uma curiosidade para que ele pudesse ir além. Daí em diante, contou com referências, leituras, informações privilegiadas de pessoas importantes das quais se cercou. 

           Teve inúmeras influências: desde Little Richard e Elvis Presley, Iggy Pop e Brian Eno até a Geração Beat (Ginsberg, Burroughs, Kerouac), Andy Warhol. Obras marcantes foram 1984 de George Orwell, 2001, Uma odisseia no espaço de Stanley Kubrick. 

david_bowie_3_fev14.png          Mas, o sucesso não veio facilmente. Sua carreira contou com altos e baixos.  Alternava a música com o cinema ou o teatro, mesclando assim seus talentos. Em entrevistas apresenta-se tímido, mas tem imensa capacidade de atuação no palco. Também na música expressa essa qualidade teatral em estilos e personagens criadas em vários momentos da carreira musical. 

         O mais ousado deles foi a personagem Ziggy Stardust, que era um extraterreno roqueiro e um pop star perfeito, com maquiagens pesadas, botas de plataforma. Mas não foi a única. Em seguida, vieram Allan Sane e The Thin White Duke. E a cada uma delas, ele se transformava. Cabelos vermelhos, loiros, encaracolados a la Bob Dilan, sobrancelhas raspadas, roupas de Yamamoto e detalhes de Armani. Tudo era pouco para sua experimentação.  Era obstinado ao abraçar seus projetos e com facilidade os abandonava por novos desafios. 

         Esse conjunto de características em que se encontram experimentação e busca permitiu que sua obra tivesse qualidade intelectual. Permitiu também que ele deixasse um legado de sofisticação para o rock.

                                    APÓS CERCA DE CINQUENTA ANOS,
O QUE MAIS? 
 

          Esse artista, que traz para a música ideias da arte, da literatura, do cinema e do teatro, influencia gerações pela qualidade de suas realizações e pela coragem de romper padrões. 

     Perguntado a respeito de carreira profissional, Bowie diz em entrevista: “Não se pode planejar uma carreira. Fazer o que se gosta é o que pode gerar carreira”. Foi o que ele fez. E nestes mais de cinquenta anos, a obra realizada (e ainda em andamento) demonstra um amadurecimento que provoca ainda nossa curiosidade. Especialmente nos últimos trabalhos, o músico demonstra uma reflexão dirigida ao que ele produziu anteriormente.  
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         Podemos observar no último trabalho, The Next Day (2013) a repetição da capa de um dos três produzidos em Berlim. Não foi por acaso a adaptação da capa de Heroes de 1977, cuja música título remete a uma história de amor que acontece junto ao muro de Berlim. Lá Bowie viveu entre 1976 e 1979 usufruindo andar pelas ruas no anonimato, um respiro de alívio, e a cura das drogas, em que ele estava se perdendo.  

          A capa do trabalho de 2013 apresenta um quadrado branco com a inscrição The Next Day que cobre grande parte da capa do disco de 1977. Além disso, há um risco na palavra Heroes, título do álbum. Estabelece-se explicitamente uma relação entre essas fases. O vídeo de 2013(1) remete a imagens de Berlim. O passado de 1977 ainda tem presença no ano de 2013. Podemos pensar que haja uma negação do antigo e uma esperança pelo que vem no novo dia. E também que a ingenuidade de ser herói ao menos por um dia (2) já não tenha muito sentido. A imagem de Bowie nesse vídeo é contemporânea e ele está despojado de roupas ou maquiagem especiais. Sem as performances que o acompanharam nas primeiras fases de sua carreira. Mas, nunca saberemos ao certo os possíveis motivos para essa retomada do disco de 1977 e adaptação ou correção do título e da imagem de capa. 

          E entre essas fases, no ano 2003, há outro trabalho denominado Reality, que também pode indicar modificação na experiência de vida de Bowie. A capa desse disco traz um homem de terno preto e olhos arregalados, com órbitas escuras por cansaço. Sobre esse álbum, Bowie diz em entrevista que a realidade se tornou fragmentada para muitas pessoas nos últimos vinte anos e que não há nada mais em que se apoiar. Nenhum conhecimento, apenas uma inundação de fatos em nosso cotidiano. O conhecimento foi deixado para trás e temos a impressão de estarmos à deriva (3). Não há glitter ou colorido nessas palavras, porque ele se depara com uma perspectiva real e sem ilusões. 

         Esses passos de 2003 (uma reflexão a respeito da realidade) e de 2013 (retomada da fase de Berlim) parecem apresentar uma ligação entre sua vida e obra. A carreira que ele tem desenvolvido expressa mais do que simplesmente obras. Carreiras são, na verdade, a manifestação da presença do autor e de sua vida. Elas compõem uma narrativa em que se manifesta uma biografia.  Essa reflexão que Bowie parece fazer de sua vida dá consistência e sentido a sua obra.  
         O jovem Bowie que tinha uma persistência imensa e buscava o sucesso o tempo todo realizou sua obra. Conseguiu isso porque queria fugir do destino de sua família em que havia muitos suicídios, segundo sua confissão na exposição do MIS?  Ou simplesmente porque tinha que colocar no mundo seu talento, motivação inspiradora e misteriosa? 

         Ele foi chamado o homem de mil caras, o camaleão. Na fase atual, como poderíamos denominá-lo?   

 (1)Álbum de 2013: Where are we now? 

(2) Letra original de Heroes: We can be Heroes / We can be Heroes / We can be Heroes / Just for one day / We can be Heroes / We're nothing, and nothing will help us / Maybe we're lying, then you better not stay / But we could be safer, just for one day

(3)Texto original: “I feel that reality has become an abstract for so many people over the last 20 years. /…/ There's nothing to rely on any more. No knowledge, only interpretation of those facts that we seem to be inundated with on a daily basis. Knowledge seems to have been left behind and there's a sense that we are adrift at sea.”  http://www.bowiewonderworld.com/press/00/031001sosreality.htm
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DIA INTERNACIONAL DA MULHER 
Homenagens a elas por Chico Buarque,
Nara Leão, Erasmo Carlos e muito mais

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DIA INTERNACIONAL DA MULHER


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(quase) 
sempre é assim;
demora pra chover e quando vem,
não sei no pedaço de chão de vocês, mas em 'sp', complica (quase) tudo: inunda e trânsito caótico(*)
e para desconforto dos foliões, chove exatamente nos dias que as escolas de samba fazem exibição de suas campeãs

(*)por incrível que pareça, muito desse caos é por 'culpa' dos faróis que se dispõem mais pra burrice do que pra inteligência, como é dito pelos seus engenheiros responsáveis; se o QI deles realmente funcionasse um tantinho mais, não ficaríamos tão 'emburrados' assim

Museu de Londres divulga série com fotos

de locais conhecidos de Londres


Imagem 8/10: 
O Museu de Londres 
divulgou montagens de imagens históricas de pontos conhecidos da capital britânica "completadas" com fotos atuais, mostrando a transformação desses locais MAIS London Museum
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aguardo seu cadastro nesse blog;
você será muito bem-vinda(o)!

(claro)
não preciso explicar 'a que veem'
 essas imagens no dia de hoje, Mulher!

Um comentário:

  1. PARA LER OS COMENTÁRIOS E VER OS 'CURTIR' DESSAS POSTAGENS ACESSE NO FACEBOOK, QUE É ONDE AS PESSOAS ESTÃO MAIS ACOSTUMADAS A FAZER.
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