(1) sexta/ 24 de agosto - 2012I
álbum c/ 36 imagens e legendas
Imagem 29/36: A atriz Luiza Valdetaro, que está no ar em "Gabriela" (Globo), em ensaio sensual para a edição de setembro da revista "VIP" (22/8/12) Divulgação/Revista VIP
álbum c/ 36 imagens e legendas
Imagem 29/36: A atriz Luiza Valdetaro, que está no ar em "Gabriela" (Globo), em ensaio sensual para a edição de setembro da revista "VIP" (22/8/12) Divulgação/Revista VIP
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----- Original Message -----
From: Ana
González
To: sicservideias
Sent: Tuesday, August 21, 2012 1:32
PM
Subject: CARAVAGGIO, CRÔNICAS E
OUTROS
Newsletter
agosto 2012
caravaggio,
crônicas e oUTROs
Ana
González www.agonzalez.com.br
Eu
nunca me perguntei o motivo de gostar da pintura de Caravaggio. A resposta a
essa questão veio depois da visita à exposição Caravaggio e seus seguidores no MASP
(SP). Saiba por que hoje tenho mais motivos para gostar de sua pintura. Saiba
também porque este envio mensal vai mudar um pouco. Talvez fique até melhor. Espero que você me dê sua opinião.
Caravaggio, Genialidade
e destino trágico
As
pinturas desse italiano que viveu entre os anos de 1571 e 1610 sempre me
chamaram a atenção. Tenho de seu trabalho uma coleção de recortes de jornais e
de revistas. A representação de sua medusa, um segundo antes de congelar ao se
olhar no espelho, é assombro. É puro
encantamento a figura de Narciso a admirar nas águas o reflexo de si mesmo.
Sensações sempre repetidas.
Caravaggio
teve já em vida o reconhecimento de sua obra que contrastava com o modelo
renascentista de então que exaltava a beleza, aperfeiçoando um tanto a imagem do
ser humano. Ao contrário, nosso pintor mostra a irregularidade das formas, a
sujeira das mãos, das unhas e dos pés descalços. Não esconde a feiura da
pobreza, o detalhe torto da imagem do povo que habitava seus quadros.
Outras características são a falta de cenário, o fundo sempre escuro, a luz env iesada e no seu mínimo para enfatizar somente o que interessava a seu autor. Os poucos quadros que fez em sua vida tão curta (morreu aos 39 anos) mostravam uma genialidade que ousava e que irritava hierarquias. Mas também contava com a defesa de poderosos que fizeram muito para defendê-lo.
O problema era seu temperamento que não sabia estabelecer limites. Por um tempo, seu talento lhe valeu,
até que sua genialidade sucumbiu a escândalos, brigas e desacatos. Foi quando
ele teve que se deparar com a própria sorte. E acabou morrendo nem se sabe bem
como. Solitário e deixando uma grande obra pelo meio do caminho, interrompida.
Poderia o escurecimento de suas últimas telas significar algum tipo de mudança
nas futuras? Nunca poderemos imaginar o que ele deixou de
fazer.
Mesmo
assim, suas obras estão aí. Como
ilustração, escolhi duas pinturas sobre o mesmo tema (Madona de Loreto ou Nossa
Senhora dos Pelegrinos). Uma em estilo renascentista de Carracci (à dir.), e outra de Caravaggio (à esq.). Um exemplo de
sua maestria.
Observe na tela de Caravaggio sinais de seu
estilo: a casa com reboque caindo, a luz iluminando somente o que o pintor quer
e vinda de um foco determinado, a humanidade da santa sem a dignidade dos
sapatos, a postura dos dois peregrinos frente a ela. Ele traz a santidade para a
vida material. Como expectadores, somos colocados muito próximos da intimidade
dessa cena que é dinâmica em comparação á de Carracci, bastante estática e com
elementos à moda renascentista ( luz uniformemente distribuída, solenidade das
figuras, abstração).
Em
seu mapa astrológico (sem a hora de nascimento) encontramos marcas de sua
biografia : o gênio brigão (com um Marte forte e emocional) e relacionamentos
intensos e perturbadores (Vênus em conversa nada amigável com o senhor dos
infernos, Plutão). Observamos também uma ênfase netuniana, sugerindo esse dado que lhe faltou
discernimento e uma estrutura de ego para suportar melhor o confronto com a
realidade prática. Sobrou-lhe (hiper)sensibilidade, que chegou a ser
doentia. E no fundo, ele desejava muito
ser cavaleiro. Poderíamos imaginar o que essa distinção valeria para ele, que
chegou a merecê-la. Não conseguiu.
Entretanto, o mapa não pode justificar a vida
que ele teve. Se tivesse elaborado com bom senso as limitações necessárias para
um contato adequado com a realidade, sua história teria sido diferente? Bem,
nunca teremos uma resposta. Esses são pensamentos (delírios?) de uma astróloga
que gosta de biografias, fonte infinda de pesquisa sobre a natureza humana.
O
consolo para todas as dúvidas vem das obras que estão aí. No mundo, na internet,
em exposições, nos jornais. Obras de um talento nato á nossa disposição.
Crônicas
e outros textos
Os
textos deste envio mensal vão mudar. Por cerca de um ano, eles terão uma forma e
conteúdo um pouco diferentes, com um caráter mais informal. Serão notícias ou
apenas crônicas.
Espero
continuar contando com sua participação e sugestão, pois é esse diálogo que
compensa a sensação de solidão que me acompanha em um vazio sempre imenso e
branco. Procuro então adivinhar você e seu olhar percorrendo as linhas e letras
que escolho para preenchê-lo. Nesse momento abre-se a caixa de um diálogo.
Também será muito bom se você me disser o
que você gosta e o que você não gosta nos textos que escrevo. Às vezes, tentei
fazer uma ponte com os símbolos da linguagem astrológica. Uma maneira de pensar
diferente a realidade. Fez sentido para você?
Agradeço antecipadamente sua resposta,
colaboração e sugestão.
PS
1: Parte das informações sobre Caravaggio
vieram de um curso de que participei na Casa do Saber: Caravaggio e seu tempo.
Responsável: Flávia Galli Tatsch.
Obrigada.
PS
2: Visite http://www.caravaggio.com
PS3:
Leia a crônica A TIA em http://www.cronicadodia.com.br/2012/08/a-tia-ana-gonzalez.html
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